quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

V

A CONTINUAÇÃO DESTA HISTÓRIA NÃO POSSUI UM RITMO COMUM NEM MUITOS DIÁLOGOS. ELA SERÁ CONTADA ATÉ CERTO PONTO POR DIFERENTES PONTOS DE VISTA, DE DIFERENTES FORMAS. ELA SERÁ CONTADA COMO VEIO À MINHA CABEÇA, EM PARTES. E ESPERO QUE VOCÊS CONSIGAM ENTENDÊ-LA E APRECIÁ-LA ASSIM COMO EU.


Tudo ficou calmo por anos. Na realidade, tudo ficou calmo para sempre; para Gilead e para o resto do mundo nada acontecera e, apesar de todo o misticismo por trás desta história, ela não tem relevância a não ser para os envolvidos, nem tem um final feliz como esperamos ao ler um romance.

Merry Smithson foi criada pela família de um dos homens de confiança de Steven Deschain, Christopher Johns e, embora fosse impossível precisar sua data de nascimento, emparelhava em idade com o garoto da família, Alain.

Recebeu de Kathleen Johns a educação de uma princesa; tinha os cabelos compridos sempre brilhantes e bem-cuidados, as unhas sempre limpas e usava vestidos sempre novos. Apresentava os melhores modos que uma criança poderia ter.

Cort, porém, nunca pensou que realmente estaria livre de Merry Allice Smithson. Por mais que sempre demonstrasse a personalidade que sua aparência indicava, dia após dia ansiou pela hora em que a garota começasse a andar e falar para que pudesse, enfim, começar aquilo que o Ka colocara em suas mãos.


- Não, eu não aceito que este homem leve Merry. – Disse Kate Johns, com a voz firme.

- Kate, não é para sempre. – Explicou Christopher, paciente, como era por natureza. - Cort irá levá-la somente algumas manhãs, por enquanto.

- Manhãs! Sim, manhãs! - Contestou, - mas depois ela acabará passando mais tempo lá com... Com os garotos, do que aqui, que é o seu lugar.

- Kate, você estava ciente das condições quando aceitamos criá-la, não estava? – Perguntou o pistoleiro, tomando as mãos da esposa entre as suas. – Independente do que Cort quer ensinar a ela, já sabíamos que seria assim.

Kathelin Johns começara a chorar.

- Não quero que minha menina vire uma atiradora! – Reclamou.

- E ela não virará. – tranqüilizou-a. - Pode acreditar Steven não permitirá.

Mas no fundo, ele, Christopher Johns, com todo o dom que possuía, sabia muito bem que Steven Deschain nada poderia fazer contra a vontade do Ka. Que era forte, por sinal.

Nunca foi escondido de Merry que ela era filha adotiva de Christopher e Kathleen johns. Ela sabia que, apesar da semelhança física com a mãe - os cabelos claros, ondulados, e o tipo físico “mulher roliça” - era uma pessoa sem laços sanguíneos, sem linhagem, sem nome. Mas ate aí, isso de nada teria importância, era o que dizia sua consciência até certa idade. Mas no futuro viu que não era bem assim.

Cort teve sua oportunidade quando Merry tinha aproximadamente cinco anos de idade. Precisava falar com ela, explicar-lhe algumas coisas, pois, em breve, entraria em treinamento.

“Em breve” era um pouco cedo demais, mas tinha planos especiais para ela. Era uma garota, o inicio e o final de seu treinamento deveriam ser diferentes do padrão. E não seria uma atitude declarada. O Dihn de Gilead já dissera que ela não treinaria como pistoleiro, apegado que era aos costumes e tradições, não permitiria que aquilo acontecesse.

Teoricamente nem Cort permitiria, mas aparentemente o Ka pegara o gosto por brincar com sua vida e seus planos.

2 comentários:

  1. Ié! Retornou à escrita! Bom saber disso...veremos o treinamento da sai Merry! o/

    ResponderExcluir
  2. Poxa vida *-------*
    Continua Mel, tá ficando legal, e tá dando pra entender perfeitamente os diferentes pontos de vista, muito do King isso *-*
    parabéns!

    ResponderExcluir