quinta-feira, 28 de julho de 2011

I

Era uma noite como outra qualquer; não chovia, não ventava e não havia pessoas pelas ruas (a não ser na Cidade Baixa, onde a vida acontecia àquele horário). O som de ferraduras que batiam no chão ecoava pelo ar noturno e não levantava qualquer suspeita a nenhuma das mentes adormecidas após o longo dia de trabalho digno.
A única pessoa que teria a obrigação de acordar quando o som de botas batendo no chão soou alto e seco e contornou a sua casa, não acordou. Estranho, levando em consideração de quem era.
Gilead, centro do baronato de Nova Canaã, era uma cidade embasada nos preceitos da dignidade e nos bons costumes, portanto o volume estranho embrulhado em um exuberante manto de veludo verde à porta de uma casa simples de madeira permaneceu lá até seu dono abrí-la pela manhã e encontrá-lo.
A ironia disso não era o quê continha a cesta embrulhada e sim a quem ela fora entregue.
Quando Cort, um homem de meia-idade, muito forte e corpulento, encarregado do treinamento dos jovens pistoleiros abriu a porta, ficou parado a observar por alguns instantes antes de apanhar o embrulho de forma quadrada com o pano amontoado em cima e levá-lo para dentro. Havia um envelope, também.
Não precisou abri-lo para saber o que havia dentro, sentiu pelo peso o que era e a irritação começou a crescer no fundo de sua mente.
Depois de colocar a cesta sobre a mesa, retirou o pano e olhou; era uma criança como imaginara, e não tinha ao menos um ano completo. A irritação ganhou mais força ao abrir o envelope e ver que estava escrito


Merry Allice Smithson

- Diabos! – Praguejou, dobrando o papel e guardando-o para isar depois. – Com mil diabos! Uma menina, ainda por cima!
Não havia o que fazer com uma criança, muito menos com uma menina. Ele não era do tipo que tinha muito a ver com menininhas.
- Vejamos... – Pensou, sentando-se em uma das cadeiras, coçando inconscientemente os pelos que despontavam no queixo. – Smithson.
Mas não conseguiu recordar de nenhuma família com o sobrenome Smithson, nenhuma mulher de rancheiro grávida e, ora, Smithson era um belo nome, um nome que não pertenceria a um rancheiro.
Era nome de pistoleiro.
Mas ali, em Gilead, não havia nenhum pistoleiro Smithson. Talvez houvesse algum há muitos anos, mas não tinha certeza. A única certeza que tinha é que devia se livrar daquela responsabilidade.
E rápido.

3 comentários:

  1. Qdo fanfics são bem escritas é algo realmente interessante de se ler, relembrar os personagens e coisas assim... Dou maior apoio, continue escrevendo...XD

    machadodeeugenio.blogspot.com

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  2. Show de bola o começo...quero ler a continuação! \o/ Irei recomendar o Blog para amigos. Que a vossa colheita seja farta-sai!

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  3. Gostei muito, é sempre bom ler alguma coisa relacionada a torre, mesmo que não seja oficial, é capaz de nos levar novamente a esta grandiosa aventura.

    Ainda mais antes do mungo seguir adiante, eu particularmente adoro histórias sobre a antiga gilead.

    Saiba que ganhou um leitor.

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